quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

- eu te amo!

Eu não sei porque às vezes parece que a gente gosta de se machucar tanto, acho que é toda essa situação e as nossas etapas de vida que estão um tanto complicadas, aí a gente não sabe direito o que fazer, não sabe direito como as coisas chegaram até o ponto em que chegam e como fazer para resolver tudo isso.
Em fevereiro eu conheci uma garota, que na primeira vez que me viu só soube sorrir sem dizer nada, porque é isso que ela faz com todo mundo. Que na segunda vez que me viu sorriu de uma forma que me fez ficar completamente bobo, fissurado, desejando que aquele sorriso fosse para mim, ou que eu provocasse aquele sorriso. Ela me conheceu já de uma forma estranha, porque eu contei coisas naquele dia que levam muito tempo para ser contadas, e, apesar disso, ela deixou que eu me aproximasse dela mais à frente. Já em fevereiro eu comecei a conversar com essa garota, puxei o papo de que queria as fotos em que eu aparecia, pra falar bem a verdade nem sei se ainda tenho aquelas fotos, porque eu só queria ter um motivo para conversar com ela, nada mais. E a partir dalí começamos a conversar e conversar todos os dias, às vezes mais, às vezes menos, mas conversávamos, e era bom, porque desde o princípio ela sentiu uma confiança em mim sem tamanho, dividindo tudo, me entregando tudo, acho que ela sabia que era isso mesmo que eu queria, cuidar de alguém, ter alguém por perto para mimar e ouvir. O blog que eu tinha feito para desabafar sobre a vida acabou se transformando em um blog para ela, para lembrá-la todos os dias do quanto eu estava bobo, do quanto eu desejava e acreditava em tê-la comigo um dia.
Na primeira vez que eu fui para a minha cidade depois de ter a conhecido, ela foi viajar para outro lugar, a distância era o único impedimento de tudo aquilo acontecer rapidamente, e acho que até foi bom. Ela foi para esse lugar que a deixa em paz, e eu troquei duas mensagens com ela e fiquei quieto, apenas para que ela pudesse ter a paz que ela desejava ter, que ela me falou que encontraria lá. Ela voltou como sempre volta, reclamando de precisar voltar, mas percebeu que precisaria parar de se fechar em seu mundinho, e que teria alguém capaz de ajudá-la a fazer isso. Ela voltou dizendo que os textos que eu escrevia a faziam sorrir e chorar ao mesmo tempo, de que guardava todos eles, de que lia e relia porque isso fazia bem a ela.
Nós conversamos tanto, nos aproximamos tanto, e eu descobri que ela ficava com alguém, me abalou um pouco, mas eu não quis desistir, mesmo porque não tínhamos nada, era somente uma aproximação. Eu a ajudei até mesmo a resolver problemas do seu passado que a atormentavam tanto, apesar de saber que, quando esses problemas voltaram ela tenha ficado atormentada, ela tenha ficado confusa, ainda assim procurei ajudar, e ela me deixou ajudar. Passou um tempinho e tudo saiu do eixo para ela, e eu fiquei balançado por algo que aconteceu, depois de esgotada as tentativas de nos acertarmos, eu apenas liguei para ela (o que nunca tinha feito) e a convenci de que ficaria tudo bem, de que resolveríamos tudo. A partir daí as coisas mudaram, ela me disse que a partir daquela hora sabia quem fazia bem a ela, e que não iria querer mais ninguém.
Foi chegando perto do dia de nos vermos, mais tarde eu vim a descobrir que nessa hora ela pensou em fugir como sempre fazia, mas por alguma razão não o fez. Nos vimos, foi bom, eu quase a fiz chorar em apenas 30 minutos de conversa. Nos abraçamos, nos beijamos, e começamos a nos soltar, toda aquela situação parecia incrivelmente boa, eu nunca tinha ficado tão a voltade com alguém, e uma amiga dessa garota disse que a mesma coisa sobre ela, disse que o sorriso era visível até mesmo pelas costas, porque passava de ser um sorriso de orelha a orelha. Foi de impulso, mas já pedi ela em namoro 3 dias após ficarmos, foi rápido, eu sei, mas foi bom, muito bom. Quando eu me ajoelhei e mostrei a caixinha com as alianças guardadas ela ficou com o mesmo rostinho de quando eu li a primeira carta para ela, o mesmo rostinho que ela ficou na hora em que eu tava indo embora, e eu aprendi que aquele rostinho, a hora que ela abre o olho um pouquinho mais e não pisca, ela está se segurando para não chorar.
E tudo o que tínhamos foi aumentando, as situações foram ocorrendo, e quem ler esse blog por completo vai saber o que aconteceu em cada fase. Cada vez que nos víamos era tudo tão perfeito, e cada adeus parecia ser mais difícil. Cada situação foi acontecendo e se tornando inesquecível. Eu lembro de uma vez em que eu fui na casa da tia dela e quase cai na escada, lembro do tanto que ela riu de mim, foi engraçado. Eu lembro de nós dois correndo, mais precisamente eu correndo atrás dela, porque ela fugia de mim. Lembro de ela nas minhas costas, com o braço erguido, dizendo que estaria voando. Eu lembro de ela sorrindo, com uma trança para o lado, no topo das escadas, apenas esperando para eu chegar e para ela me ver. Eu lembro de ela insistindo para que eu não pagasse as coisas, e eu tendo que correr para conseguir pagar. Lembro do nosso primeiro sorvete, das nossas brincadeiras, das tirações. Lembro da primeira vez que eu a vi se maquiar, e então eu percebi que aquilo era um rito, e toda vez que fôssemos sair eu teria que esperar tudo aquilo. Eu lembro da nossa primeira festa juntos. Da primeira vez que fomos a minha casa. Eu lembro até mesmo das roupas que ela usava nessas situações.
Eu lembro da primeira vez que eu disse que a amava, que ela não me deixou ver a sua reação, apenas me contou o que aconteceu. Lembro de quando eu liguei para ela meio bêbado, simplesmente para que ela me esperasse, que eu queria falar com ela.
Em fevereiro eu conheci uma garota, ela me deu segurança para realizar todas as minhas coisas, ela me deixava feliz a todo instante, simplesmente por saber que eu a teria em meus braços brevemente. Eu conheci uma garota que disfarça os seus sentimentos reinando, disfarça que tenha sentido isso ou aquilo e fica braba porque o celular não tem mais música ou porque o rímel ficou na casa de sua amiga.
Passei a fazer uma manual de como agir em cada situação, e certa vez ela me disse que parecia que eu já tinha esse manual, porque eu conseguia agir conforme ela desejava. Eu lembro da nossa primeira briga, em que, para variar, eu a fiz chorar, apenas em uma frase... Eu lembro da primeira vez que ela me deixou ouvir o seu choro, coisa que praticamente ninguém está autorizado a fazer.
Eu conheci uma garota engraçada, que me tira por praticamente tudo que acontece, porque eu sou gordo, porque eu sou magro, porque eu desafino, porque eu não tenho barba, simplesmente me tira por tudo, pelas fotos, pelas coisas que eu digo, pelas coisas que eu faço, e me faz rir demais.
Eu conheci uma garota que esteve comigo o tempo todo, em meus melhores momentos, em meus piores momentos, que me deu tranquilidade para continuar, que conseguiu aguentar as coisas ruins que eu fiz e disse, porque ela acreditava que, apesar de eu estar fazendo ela sofrer naquela época, ela sabia que não seria sempre assim, ela acreditou em mim até quando nem eu acreditava mais. Ela ficou por perto quando ninguém mais quis ficar, mesmo isso machucando ela dia após dia, ela soube cuidar de mim da forma que ela prometeu que cuidaria, e eu sou muito grato por ela ter estado comigo naquela fase, caso contrário eu não sei como estaria hoje.
Eu conheci uma garota que me aceitou como eu sou, com todas as minhas imperfeições, que me disse que ficaria até um mês longe de mim se fosse preciso, só para não me perder. Uma garota que me fez muito bem durante todo esse tempo, que me faz muito bem, que soube me brigar quando eu precisava ouvir um puxão de orelha, que soube me dizer que estaria do meu lado quando eu precisei de apoio, que soube me fazer sorrir quando eu queria chorar, que soube me deixar tranquilo quando eu queria quebrar tudo. Eu conheci uma garota que me deixava livre para ser quem eu era, para fazer o que eu deveria fazer, porque ela sempre soube que eu voltaria para ela, ela sempre soube como devem ser essas coisas, porque ela tem mais do que um grande exemplo em casa.
Em fevereiro eu conheci uma garota e desde então eu sou apaixonado por ela, por ela e pelas coisas que ela faz e me diz. Uma garota que passa por diversos problemas, diversas coisas, e, mesmo querendo desabar, tenta lidar com tudo de alguma forma. Uma garota que me deixa cuidar dela, que reina comigo por coisas "bestas", mas que sabe me ouvir quando eu preciso de ajuda.
Em fevereiro me apresentaram o paraíso, na realidade não o paraíso, me apresentaram "apenas" uma garota, e de alguma forma ela se tornou o meu paraíso, hoje ela é o meu paraíso, meu ponto de paz. Ontem ela decidiu que queria ir embora, e, apesar de eu ter dito coisas e ela ter dito coisas, ainda acho que ela está pensando nisso. Ela diz que não quer me magoar todos os dias, e se isso for real ela não pode se afastar de mim, porque sem ela eu passaria todo o resto da minha vida sentindo falta de algo, me sentindo incompleto. Talvez apenas ela esteja tentando se proteger, ou de mim e o que eu posso dizer, ou de mim e o que eu posso fazer, talvez ela só esteja com medo de que um dia eu canse de tudo e jogue tudo pro alto e ela se veja sozinha novamente, pelo menos é isso que eu espero que seja, porque se for realmente isso eu sei que é besteira, eu sei que a gente resolve em breve, porque eu nunca vou dexá-la sozinha, não mesmo. Mas se for qualquer outra coisa daí talvez tenhamos um problema, que, de coração, eu quero resolver...
Em fevereiro eu conheci uma garota, estamos em novembro, ela se tornou minha vida, eu a amo demais. Em fevereiro eu conheci uma garota, eu não quero que ela fuja, eu não quero ver ela se fechando em seu mundo de novo, mas se for o melhor para ela eu entenderei, apesar de ter absoluta certeza de que não é, apesar de ter absoluta certeza que isso é o pior, pelo menos para mim...

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